ENTREVISTA GABRIEL POULI

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Em meio a debates polêmicos, Câmara analisa mil dias de proteção especial do bebê desde a gestação

 

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara aprovou (em 06/07) a proposta (PL 4603/20) que garante proteção especial aos bebês, desde a gestação até dois anos de idade. Nesse período, gestante e bebê atendidos na rede pública de saúde têm direito a acompanhamento pré-natal, serviço médico pediátrico e orientações sobre aleitamento, alimentação saudável, vacinação, hábitos de higiene, carinho e atenção com a criança. O texto original do deputado Ney Leprevost (UNIÃO-PR) ganhou novos detalhes apresentados pelo relator, deputado Diego Garcia (Republicanos-PR). Ele incluiu prioridade para as famílias em situação de vulnerabilidade social e orientações às mães quanto à saúde física e emocional. Diego Garcia detalhou os mil dias da proteção especial do bebê e da gestante.


“Nos primeiros 270 dias de gestação, para que elas tenham o atendimento de saúde adequado para a proteção da mulher e do bebê. E nos outros 700 dias, para assegurar a proteção nos dois primeiros anos de vida do bebê, que é um período fundamental para o desenvolvimento da criança e para ela ter o acompanhamento com o pediatra. A intervenção do médico nos primeiros dias de vida do bebê é fundamental”.


O texto ainda orienta o encaminhamento das gestantes ao Programa Criança Feliz, mantido pela Secretaria Nacional de Atenção à Primeira Infância com foco no cuidado infantil por meio de visitas técnicas domiciliares.


A aprovação na Comissão da Mulher foi precedida de debates e polêmicas. Para a deputada Vivi Reis (Psol-PA), a proposta de mil dias de proteção especial contados a partir da gestação faz parte da estratégia conservadora de impedir as três possibilidades de aborto legal no Brasil: nos casos de estupro, risco de morte da gestante e feto anencéfalo.


“Quando se fala desses mil dias considerados a partir da concepção, estamos excluindo os casos já previstos por lei e que são direito da mulher. Tivemos recentemente o caso alarmante de uma menina de 11 anos que teve negado o direito ao aborto. Queriam obrigar uma criança a seguir com uma gestação indesejada fruto de um estupro. Não podemos permitir que essa violência siga em nosso país”.


Vivi Reis também reclamou de recente obstrução dos partidos conservadores à proposta (PL 853/19) da deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) de ampliação de divulgação dos direitos relacionados à saúde das gestantes e assistência humanizada à mulher durante gestação, pré-parto, parto e puerpério. Sâmia alertou que a proposta de mil dias de proteção especial aos bebês está sendo apresentada sem previsão orçamentária para implementá-la e em quadro de falhas na atual estrutura de atendimento pré-natal.


“Isso é demagogia barata. É para instituir uma ideia de que a vida começa na concepção. E isso é um absurdo porque nem a ciência, nem as religiões, nem a filosofia chegou a um consenso sobre isso”.


O deputado Diego Garcia rebateu.


“Pesquisadores da área de neurobiologia indicam que o feto recebe estímulos que são essenciais para o seu desenvolvimento na vida adulta. A política pública assegura a proteção nos primeiros mil dias, que se iniciam na gestação da mulher”.


A proposta que prevê mil dias de proteção especial a bebês e gestantes ainda será analisada nas Comissões de Seguridade Social, de Finanças e Tributação e Constituição e Justiça.


Da Rádio Câmara, de Brasília, José Carlos Oliveira

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